Antes de deixar os morávios, podemos lembrar à mente do leitor o fato interessante de uma conexão antiga entre eles e os valdenses, se não também entre eles e os paulicianos. A Boêmia e a Morávia continuaram no paganismo até o século IX, quando receberam o evangelho dos missionários orientais; provavelmente também dos paulicianos. Pedro Valdo, no século XII, expulso de Lyon pela perseguição, encontrou refúgio na Boêmia, onde trabalhou por vinte anos com grande sucesso. No século XIV, seus seguidores na Boêmia e Passau somavam oitenta mil e, em toda a Europa, cerca de oitocentos mil. A corte de Roma, irritada com o zelo e ofendida pelas práticas dos unidos paulicianos, valdenses, boêmios e morávios, resolveu que deveriam ser submetidos ao jugo romano. O celibato foi ordenado, o cálice foi proibido aos leigos e o serviço religioso realizado em latim. Uma luta começou, os boêmios protestaram, Roma perseguiu e, embora muitos continuassem firmes, outros gradualmente declinaram e perderam muito de sua pureza original de doutrina e simplicidade de adoração. Assim, as coisas continuaram por cerca de trezentos anos, quando Jan Hus e Jerônimo de Praga levantaram novamente o estandarte da verdade, testemunharam contra as corrupções de Roma e acenderam, pelas chamas de seu martírio, uma luz que logo se espalhou por toda a Europa, e que continua a brilhar em nossos dias, pela boa providência de Deus. Rastrearemos em seguida o caminho misterioso pelo qual essa luz viajou.*
{* Ver "Moravians" em Dictionary of Sects, de Marsden; Waddington, vol. 3, pág. 196; Latin Christianity, vol. 6, pág. 200; Milner, vol. 3, pág. 336; J.C. Robertson, vol. 3, pág. 284; Mosheim, vol. 3, pág. 17; Variations of Popery, de Edgar, pp. 202, 533.}
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