Como o imperador não tinha um juízo independente próprio sobre os assuntos eclesiásticos, e certamente não tinha discernimento espiritual para essas controvérsias doutrinárias, não podia-se confiar na continuidade de seu favor. Em pouco mais de dois anos ele mudou completamente de opinião. No entanto, esses dois anos foram cheios de acontecimentos na história doméstica de Constantino que eram muito mais sérios do que uma mudança de ideia quanto ao arianismo. No mesmo ano em que ele convocou o concílio de Niceia, ele deu ordens privadas para a execução de Crispo, seu filho mais velho, e para o sufocamento em banho quente de sua esposa, Fausta, com quem estava casado por cerca de vinte anos. A história não pode encontrar motivos melhores para essas obras das trevas além de um ciúme mesquinho e indigno. Dizem que a sabedoria e bravura de Crispo, na derrubada final de Licínio, excitou o ciúme de seu pai, e isto foi provavelmente fomentado por Fausta, que era sua madrasta. Sabendo que ele foi amargamente reprovado por sua crueldade para com o seu próprio filho, ele ordenou a morte de Fausta em seu remorso e miséria. Como temos expressado um julgamento muito decidido contra a natureza ímpia da ligação entre a igreja e o Estado, já falamos demais sobre a vida privada do imperador, de modo que o leitor pode julgar quanto à aptidão -- ou melhor, inaptidão -- de alguém tão manchado de sangue poder se sentar como presidente em um concílio cristão. Desde aquele dia até hoje a igreja estatal tem sido exposta à mesma contaminação, seja na pessoa do soberano ou do comissário real.
Constância, a viúva de Licínio e irmã de Constantino, possuía grande influência sobre seu irmão. Ela simpatizava com os arianos e estava sob influência deles. Em seu leito de morte, em 327, ela conseguiu convencer o irmão que uma injustiça tinha sido feita contra Ário, e o persuadiu a convidar Ário para sua corte. Ele o fez, e Ário apareceu apresentando ao imperador uma confissão de sua fé. Ele expressou, de modo geral, sua crença na doutrina do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e suplicou que o imperador pusesse um fim às inúteis especulações para que a cisma fosse curada e todos, unidos, pudessem orar pelo reinado pacífico do imperador, e por toda a sua família. Por sua confissão plausível e seus belos discursos, ele alcançou seu objetivo. Constantino expressou estar satisfeito, e assim Ário e seus seguidores, por sua vez, ficaram em posições elevadas no favor imperial. Os que tinham sido banidos foram chamados de volta. Uma lufada de ar real mudou o aspecto externo de toda a igreja. O partido ariano tinha agora posse total da influência de peso do imperador, e logo se apressaram a utilizá-la.
Constância, a viúva de Licínio e irmã de Constantino, possuía grande influência sobre seu irmão. Ela simpatizava com os arianos e estava sob influência deles. Em seu leito de morte, em 327, ela conseguiu convencer o irmão que uma injustiça tinha sido feita contra Ário, e o persuadiu a convidar Ário para sua corte. Ele o fez, e Ário apareceu apresentando ao imperador uma confissão de sua fé. Ele expressou, de modo geral, sua crença na doutrina do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e suplicou que o imperador pusesse um fim às inúteis especulações para que a cisma fosse curada e todos, unidos, pudessem orar pelo reinado pacífico do imperador, e por toda a sua família. Por sua confissão plausível e seus belos discursos, ele alcançou seu objetivo. Constantino expressou estar satisfeito, e assim Ário e seus seguidores, por sua vez, ficaram em posições elevadas no favor imperial. Os que tinham sido banidos foram chamados de volta. Uma lufada de ar real mudou o aspecto externo de toda a igreja. O partido ariano tinha agora posse total da influência de peso do imperador, e logo se apressaram a utilizá-la.
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