O apóstolo está agora em Jerusalém - a cidade santa de seus pais - a metrópole da religião judaica, e o reconhecido centro do cristianismo. Mas quanto mudou sua própria posição desde que ele começou sua memorável jornada a Damasco!
Podemos aqui fazer uma breve pausa e observar, de passagem, a antiga cidade de Damasco. Tal cidade está intimamente conectada à conversão, ministério e história de nosso apóstolo. Além disso, ela é notável no decorrer de toda a Escritura.
Supõe-se que Damasco seja a cidade mais antiga do mundo. De acordo com Josefo (Ant. 1. 6, 4), ela foi fundada por Uz, o filho de Arã, e neto de Sem (Gênesis 10:23). Ela é mencionada pela primeira vez nas Escrituras em conexão a Abraão, cujo mordomo era um nativo do lugar: "o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer" (Gênesis 15:2). A cidade é, portanto, um elo entre a era patriarcal e os tempos modernos. Sua beleza e riqueza têm sido proverbiais por quatro mil anos. Os reis de Nínive, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma a conquistaram, e ela prosperou sob cada dinastia, e sobreviveu a todas elas; mas ela deve seu principal brilho e seu eterno memorial ao nome do Apóstolo Paulo. *
{* Para os mais recentes e melhores relatos sobre a cidade e suas cercanias, indicamos Cinco Anos em Damasco, de Porter.}
Retornemos agora a Jerusalém. Após passar quinze dias com Pedro e Tiago argumentando com os gregos, os irmãos "o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso. Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo." (Atos 9:30-31). Por enquanto o adversário é silenciado. A paz reina por meio da bondade de Deus. A perseguição cumpriu os propósitos de Sua graça. Os dois grandes elementos da bênção - o temor do Senhor e a consolação do Espírito Santo - prevaleciam em todas as assembleias. Andando no temor do Senhor, e no consolo do Espírito Santo, eles são edificados, e seu número aumenta significativamente.
Enquanto Saulo estava em Tarso, sua terra natal, a boa obra do Senhor estava fazendo grande progresso na Antioquia. Dentre aqueles que foram dispersos pela perseguição que se levantou por causa de Estêvão, havia "homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor." (Atos 11:20-21). Uma nova ordem de coisas começa aqui. Até o momento, o evangelho tinha sido pregado "senão somente aos judeus" (Atos 11:19). Quando a notícia dessa bendita obra de Deus entre os gentios chegou a Jerusalém, Barnabé foi enviado pela igreja em uma missão especial até a Antioquia. "O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor." (Atos 11:23-24)
À medida que a obra aumentava, Barnabé - sem dúvida, sentindo a necessidade de ajuda - pensou em Saulo; e, guiado pelo Senhor, partiu à sua procura. Tendo-o encontrado, o trouxe à Antioquia; e ali eles trabalharam juntos por "todo um ano", tanto nas assembleias dos crentes quando entre o povo. Barnabé ainda assume a liderança, pois lemos de "Barnabé e Saulo". Mais tarde, a ordem muda e lemos "Paulo e Barnabé".
Uma oportunidade de mostrar a afeição pelos irmãos de Jerusalém logo apareceu para os jovens convertidos na Antioquia. Um profeta, "por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo." (Atos 11:28-30)
Nenhum comentário:
Postar um comentário