No mesmo ano em que os anabatistas surgiram (1524), uma longa e perniciosa controvérsia se levantou entre aqueles que se afastaram da comunhão romana, a respeito da maneira como o corpo e o sangue de Cristo estão presentes na santa ceia. Lutero e seus seguidores, ao mesmo tempo em que repudiavam o erro papal da transubstanciação — a ideia de que o pão e o vinho, após a consagração, deixavam de existir como tais, sendo transformados no corpo e no sangue de Cristo — ainda sustentavam que os participantes da santa ceia realmente comungavam do corpo e do sangue de Cristo, junto com o pão e o vinho. Essa doutrina deu origem ao termo consubstanciação. Ulrico Zuínglio, o reformador suíço, e seus seguidores eram muito mais simples, estando mais plenamente libertos das tradições de Roma. Eles afirmavam que o corpo e o sangue do Senhor não estão presentes na santa ceia, mas que o pão e o vinho são meramente símbolos ou emblemas que devem levar as pessoas a lembrar da morte de Cristo e das bênçãos dela decorrentes.
Como quase todos os teólogos suíços, e não poucos na Alta Alemanha, seguiram o ensinamento de Zuínglio, e Lutero e seus amigos defendiam vigorosamente sua própria doutrina, uma grande desunião foi criada entre os verdadeiros amigos da Reforma, algo que foi astutamente fomentado pelos papistas. Mas falaremos mais sobre isso depois, se for da vontade do Senhor. Agora voltamos nossa atenção para os líderes políticos da Reforma.