Tendo acompanhado tanto a vida do rei em conexão com o papa, observaremos brevemente seu fim antes de começarmos um novo capítulo.
Ele viveu mais 21 anos após a morte de seu grande antagonista. Em 7 de agosto de 1106, Henrique terminou sua longa e agitada vida, e seu turbulento reinado de cinquenta anos. Os registros da história estão cheios de cada incidente da vida do grande monarca, desde sua juventude até sua morte, mas mesmo um esboço de sua vida política não está dentro de nosso escopo. O contraste entre as afeições de seu povo e a inimizade da igreja é marcante, e nos conta seu próprio conto. Mesmo tendo sido marcado pelo papa com a marca de uma besta, ele foi muito amado pelo povo. Ele tinha muitas falhas muito comuns a reis, mas tinha um grande lugar nos corações de seu povo. "Com a notícia de sua morte", diz Greenwood, "o amor deles transbordou em profundas e amargas lamentações. Um clamor geral foi ouvido nas ruas da cidade de Liege; a corte e o povo, as viúvas e os órfãos, a multidão dos pobres e indigentes da cidade e do campo reuniram-se em homenagem ao seu soberano, seu amigo e seu benfeitor. Com alta voz, lamentaram a perda de um pai; dissolvidos em lágrimas, beijaram suas mãos frias, abraçando os membros inanimados, e dificilmente puderam ser persuadidos a dar lugar aos assistentes para o preparo do corpo para o enterro. Também não podiam ser persuadidos a deixar a tumba; mas por muitos dias se revezavam dia e noite para vigiar e orar ao lado do lugar em que o tinham enterrado."*
{* Cathedra Petri, livro 11, p. 606.}
Nada poderia ser mais bonito ou tocante do que o testemunho desses verdadeiros pranteadores à benevolência do imperador. Mas ah!, quão diferente e quão triste quando nos voltamos a assim chamada igreja e aos assim chamados representantes do manso e humilde Jesus! A ira de seus adversários papais parece ter sido esquentada sete vezes quando ouviram falar de tais honras sendo pagas ao corpo do excomungado Henrique. O jovem rei, seu filho, Henrique V, foi ameaçado com as anátemas do céu a menos que exumasse e depositasse em algum lugar não consagrado os restos de seu pai, ou então que pedisse ao papa para libertar ao falecido (mesmo após sua morte) da excomunhão. Mas que perversa e inconcebível presunção! Seu fiel bispo Alberto, que tinha dado ao seu soberano um enterro digno na igreja de São Lamberto, foi obrigado, como penitência por este ato de gratidão e louvor, a desenterrar o corpo com suas próprias mãos e enviá-lo a um edifício não consagrado em uma ilha no rio Mosela. Mas essas indignidades assim perpetradas contra o corpo sem vida do último imperador produziu uma reação. O jovem rei, embora tivesse sido treinado pelo Papa Pascal II a enganar seu pai e a se rebelar abertamente contra ele, ficou alarmado diante desse terrorismo espiritual, deu ordens para que o corpo fosse removido e enviado a Espira (ou Speyer), e solenemente o depositou na tumba de seus ancestrais. A procissão foi seguida por quase toda a população. O serviço para o morto foi realizado com toda cerimônia e honra usuais em tais ocasiões.
O bispo Gibbard, um dos mais ferozes perseguidores do último imperador, estava em casa nesse momento, mas a notícia do que tinha acontecido o trouxe de volta com toda a pressa. Fervendo de indignação, fez com que o corpo fosse mais uma vez exumado, colocado em solo não consagrado, e impôs uma penitência a todos os que tinham participado da procissão. Mas a voz da afeição não podia ser silenciada pelo implacável bispo. Os cidadãos acompanharam o corpo ao seu novo lugar de repouso com intensas lamentações. "Eles lembraram o bispo", diz Milman, "de como o grande imperador tinha enriquecido a igreja de Espira; eles contaram os ornamentos de ouro, e prata e pedras preciosas, as vestimentas de seda, as obras de arte, a mesa de ouro do altar, ricamente forjada, um presente do imperador oriental Aleixo, que tornou sua catedral a mais incrível e famosa na Alemanha. Eles em alta voz expressaram sua tristeza e insatisfação, e era difícil conter o tumulto. Mas eles não prevaleceram. No entanto, ainda assim o túmulo de Henrique era visitado por testemunhas sinceras de suas extensas caridades. Finalmente, após cinco anos de obstinada disputa, foi permitido que Henrique repousasse na abóbada consagrada com seus antepassados imperiais."*
{* Latin Christianity, vol. 3, p. 277.}
Ele viveu mais 21 anos após a morte de seu grande antagonista. Em 7 de agosto de 1106, Henrique terminou sua longa e agitada vida, e seu turbulento reinado de cinquenta anos. Os registros da história estão cheios de cada incidente da vida do grande monarca, desde sua juventude até sua morte, mas mesmo um esboço de sua vida política não está dentro de nosso escopo. O contraste entre as afeições de seu povo e a inimizade da igreja é marcante, e nos conta seu próprio conto. Mesmo tendo sido marcado pelo papa com a marca de uma besta, ele foi muito amado pelo povo. Ele tinha muitas falhas muito comuns a reis, mas tinha um grande lugar nos corações de seu povo. "Com a notícia de sua morte", diz Greenwood, "o amor deles transbordou em profundas e amargas lamentações. Um clamor geral foi ouvido nas ruas da cidade de Liege; a corte e o povo, as viúvas e os órfãos, a multidão dos pobres e indigentes da cidade e do campo reuniram-se em homenagem ao seu soberano, seu amigo e seu benfeitor. Com alta voz, lamentaram a perda de um pai; dissolvidos em lágrimas, beijaram suas mãos frias, abraçando os membros inanimados, e dificilmente puderam ser persuadidos a dar lugar aos assistentes para o preparo do corpo para o enterro. Também não podiam ser persuadidos a deixar a tumba; mas por muitos dias se revezavam dia e noite para vigiar e orar ao lado do lugar em que o tinham enterrado."*
{* Cathedra Petri, livro 11, p. 606.}
Nada poderia ser mais bonito ou tocante do que o testemunho desses verdadeiros pranteadores à benevolência do imperador. Mas ah!, quão diferente e quão triste quando nos voltamos a assim chamada igreja e aos assim chamados representantes do manso e humilde Jesus! A ira de seus adversários papais parece ter sido esquentada sete vezes quando ouviram falar de tais honras sendo pagas ao corpo do excomungado Henrique. O jovem rei, seu filho, Henrique V, foi ameaçado com as anátemas do céu a menos que exumasse e depositasse em algum lugar não consagrado os restos de seu pai, ou então que pedisse ao papa para libertar ao falecido (mesmo após sua morte) da excomunhão. Mas que perversa e inconcebível presunção! Seu fiel bispo Alberto, que tinha dado ao seu soberano um enterro digno na igreja de São Lamberto, foi obrigado, como penitência por este ato de gratidão e louvor, a desenterrar o corpo com suas próprias mãos e enviá-lo a um edifício não consagrado em uma ilha no rio Mosela. Mas essas indignidades assim perpetradas contra o corpo sem vida do último imperador produziu uma reação. O jovem rei, embora tivesse sido treinado pelo Papa Pascal II a enganar seu pai e a se rebelar abertamente contra ele, ficou alarmado diante desse terrorismo espiritual, deu ordens para que o corpo fosse removido e enviado a Espira (ou Speyer), e solenemente o depositou na tumba de seus ancestrais. A procissão foi seguida por quase toda a população. O serviço para o morto foi realizado com toda cerimônia e honra usuais em tais ocasiões.
O bispo Gibbard, um dos mais ferozes perseguidores do último imperador, estava em casa nesse momento, mas a notícia do que tinha acontecido o trouxe de volta com toda a pressa. Fervendo de indignação, fez com que o corpo fosse mais uma vez exumado, colocado em solo não consagrado, e impôs uma penitência a todos os que tinham participado da procissão. Mas a voz da afeição não podia ser silenciada pelo implacável bispo. Os cidadãos acompanharam o corpo ao seu novo lugar de repouso com intensas lamentações. "Eles lembraram o bispo", diz Milman, "de como o grande imperador tinha enriquecido a igreja de Espira; eles contaram os ornamentos de ouro, e prata e pedras preciosas, as vestimentas de seda, as obras de arte, a mesa de ouro do altar, ricamente forjada, um presente do imperador oriental Aleixo, que tornou sua catedral a mais incrível e famosa na Alemanha. Eles em alta voz expressaram sua tristeza e insatisfação, e era difícil conter o tumulto. Mas eles não prevaleceram. No entanto, ainda assim o túmulo de Henrique era visitado por testemunhas sinceras de suas extensas caridades. Finalmente, após cinco anos de obstinada disputa, foi permitido que Henrique repousasse na abóbada consagrada com seus antepassados imperiais."*
{* Latin Christianity, vol. 3, p. 277.}
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