Há poucos eventos nos anais da igreja tão profundamente interessantes quanto a penitência do grande Teodósio, e as rigorosas condições de restauração exigidas por Ambrósio. Despojados das superstições e formalidades que eram peculiares àqueles tempos, temos diante de nós um caso da mais genuína e salutar disciplina. Não devemos supor nem por um instante que o comportamento de Teodósio foi o resultado de fraqueza e pusilanimidade*, mas de um verdadeiro temor de Deus; um verdadeiro sentimento de sua culpa, uma consciência sensível, um reconhecimento das exigências de Deus, a quem toda a grandeza mundana está sujeita.
{*N. do T.: pusilanimidade é fraqueza de ânimo, falta de energia, de firmeza, de decisão.}
Ambrósio não era nem arrogante nem hipócrita, como muitos pontífices que o sucederam. Ele possuía uma forte afeição pelo imperador, e uma sincera preocupação por sua alma, mas agiu em relação a ele com um solene senso de seu dever. Ele tinha uma grande ideia, sem dúvida, sobre a dignidade com que seu ofício o investiu; e ele se sentia obrigado a usá-la em prol da justiça e humanidade, e para controlar o poder da soberania terrena: uma classe de poder muito certamente nunca concedida por Deus a um ministro cristão, e que frequentemente provou ser, em tempos mais recentes, um poder muito perigoso, uma vez que o sacerdote que possui em suas mãos a consciência de um rei pode inflamar ou moderar suas paixões sanguinárias. No caso de Ambrósio, tratava-se puramente de influência cristã. Ele apareceu, embora um pouco fora de sua atribuição, como o vingador dos ultrajados, e exercendo uma autoridade judicial sobre os mais mesquinhos e poderosos dentre os homens. Mas é sempre desastroso interferir com a ordem estabelecida por Deus, mesmo quando nobres objetivos pareçam ter sido alcançados.
Cerca de quatro meses após sua vitória sobre Eugênio, e o castigo dos assassinos de Valentiniano, Teodósio, o Grande, morreu em Milão, no ano de 395, não passando dos cinquenta anos de idade; o último imperador que manteve a dignidade do nome romano. Ambrósio não viveu muito após a morte de seu amigo imperial. Ele morreu em Milão na véspera da Páscoa, em 397. Ele aprofundou e fortaleceu as bases do poder eclesiástico que influenciaria o cristianismo em todos os tempos futuros. Basílio, os dois Gregórios, e Crisóstomo floresceram neste período.
Ambrósio não era nem arrogante nem hipócrita, como muitos pontífices que o sucederam. Ele possuía uma forte afeição pelo imperador, e uma sincera preocupação por sua alma, mas agiu em relação a ele com um solene senso de seu dever. Ele tinha uma grande ideia, sem dúvida, sobre a dignidade com que seu ofício o investiu; e ele se sentia obrigado a usá-la em prol da justiça e humanidade, e para controlar o poder da soberania terrena: uma classe de poder muito certamente nunca concedida por Deus a um ministro cristão, e que frequentemente provou ser, em tempos mais recentes, um poder muito perigoso, uma vez que o sacerdote que possui em suas mãos a consciência de um rei pode inflamar ou moderar suas paixões sanguinárias. No caso de Ambrósio, tratava-se puramente de influência cristã. Ele apareceu, embora um pouco fora de sua atribuição, como o vingador dos ultrajados, e exercendo uma autoridade judicial sobre os mais mesquinhos e poderosos dentre os homens. Mas é sempre desastroso interferir com a ordem estabelecida por Deus, mesmo quando nobres objetivos pareçam ter sido alcançados.
Cerca de quatro meses após sua vitória sobre Eugênio, e o castigo dos assassinos de Valentiniano, Teodósio, o Grande, morreu em Milão, no ano de 395, não passando dos cinquenta anos de idade; o último imperador que manteve a dignidade do nome romano. Ambrósio não viveu muito após a morte de seu amigo imperial. Ele morreu em Milão na véspera da Páscoa, em 397. Ele aprofundou e fortaleceu as bases do poder eclesiástico que influenciaria o cristianismo em todos os tempos futuros. Basílio, os dois Gregórios, e Crisóstomo floresceram neste período.
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