Aconteceu nessa época que Agripa, rei dos judeus, e sua irmã Berenice, foram fazer uma visita de cortesia a Festo. E como Festo não sabia como levar o caso de Paulo ao Imperador, ele aproveitou a oportunidade de consultar Agripa, que estava mais bem informado que ele sobre os pontos em questão. O príncipe judeu, que devia saber algo sobre o cristianismo, e que sem dúvidas havia ouvido falar de Paulo, expressou o desejo de ouvi-lo falar. Festo prontamente acedeu ao pedido. "Amanhã", disse ele, "o ouvirás" (Atos 25:22).
O apóstolo teria agora o privilégio de levar o nome de Jesus diante da mais digníssima assembleia que ele já tinha abordado. Reis judeus, governadores romanos, oficiais militares e comandantes da Cesareia se reuniram "com grande pompa" para ouvir o prisioneiro dar conta de si mesmo a Agripa. Não era uma audiência qualquer, e está perfeitamente claro que eles não consideravam o prisioneiro como uma pessoa qualquer. Festo, tendo reconhecido a dificuldade na qual se encontrava, remeteu a questão ao melhor conhecimento do rei judeu. Agripa cortesmente deu sinal a Paulo, permitindo que falasse. Chegamos agora a um dos momentos mais interessantes em toda a história de nosso apóstolo.
A dignidade de seus modos perante seus juízes, embora preso por correntes a um soldado, deve ter impressionado profundamente sua audiência. A profundidade de sua humilhação apenas manifestava mais acentuadamente a elevação moral de sua alma. Ele não pensava nem em suas correntes nem em sua pessoa. Perfeitamente feliz em Cristo, e ardente de amor por aqueles ao seu redor, o bem-estar e as circunstâncias foram completamente esquecidas. Com uma digna consideração para com a posição daqueles ao seu redor, levantou-se, na honesta declaração de uma boa consciência, infinitamente acima de todos. Ele se dirigiu à consciência de sua audiência, com a ousadia e retidão de um homem acostumado a andar com Deus, e de agir por Ele. O caráter e conduta dos governadores são lançadas em doloroso contraste com o caráter e conduta do apóstolo, e nos mostra o que o mundo é quando desmascarado pelo Espírito Santo.
Certo autor escreveu: "Não mencionarei a vaidade mundana que se revela em Lísias e Festo por meio da conjectura de toda classe de boas qualidades e boa conduta - mistura de uma consciência tocada e falta de princípios nos líderes - e do desejo de agradar os judeus pela sua própria importância, ou de facilitar seu governo sobre um povo rebelde. A posição de Agripa e todos os detalhes da história têm o extraordinário cunho da verdade, cujos vários personagens são apresentados de maneira tão vívida que parece que estamos presenciando a cena aqui descrita, e vendo as pessoas se movendo nela. Além do mais, essa é uma característica marcante dos escritos de Lucas”.
Capítulo 26. Paulo se dirige ao rei Agripa como alguém bem versado nos costumes e questões que prevalecem entre os judeus. E assim ele relata sua miraculosa conversão e sua subsequente carreira de modo a agir na consciência do rei. Pela clara e direta narrativa do apóstolo, ele não estava longe de ser convencido. Sua consciência foi despertada. Mas o mundo e suas próprias paixões estavam no caminho. Festo ridicularizou. Para ele não passava de um entusiasmo extravagante - um delírio. Ele interrompeu o apóstolo abruptamente e "disse em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar." (Atos 26:24). A resposta do apóstolo foi digna e segura de si, mas intensamente séria e, com grande sabedoria e discernimento, ele apela por fim a Agripa: "Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um são juízo. Porque o rei, diante de quem também falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto." (Atos 26:25,26)
Então, voltando-se ao rei judeu, que se sentava ao lado de Festo, ele fez este direto e solene apelo:
"Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês." (Atos 26:27)
"E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!" (Atos 26:28)
No momento, o rei foi levado pelo poder do discurso de Paulo, e pela afiada picada de seus apelos. Então Paulo deu sua resposta - uma resposta que se sobressai. É caracterizada pelo zelo piedoso, pela cortesia cristã, pelo ardente amor pelas almas, e por grande alegria pessoal no Senhor:
"E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias." (Atos 26:29)
Com a expressão deste nobre desejo, a conferência foi encerrada. A reunião foi dissolvida. Agripa não queria ouvir mais. Os apelos tinham sido tão penetrantes e tão pessoais, ainda que misturados com dignidade, afeição e solicitude, que ele não aguentou mais. Então "levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles estavam assentados." (Atos 26:30). Após uma breve consulta, Festo, Agripa e sua companhia chegaram à conclusão de que Paulo não era culpado de nada digno de morte ou mesmo prisão. "Bem podia soltar-se este homem", disse Agripa, "se não houvera apelado para César." (Atos 26:32)
Este era o cuidado do Senhor para com Seu amado servo. Ele teria sua inocência provada e reconhecida por seus juízes, e plenamente estabelecida perante o mundo. Sendo isto cumprido, o rei e sua companhia retomam seus lugares no mundo e seus divertimentos, e Paulo retorna à sua prisão. Mas nunca seu coração esteve mais feliz ou mais cheio do Espírito de Seu Mestre do que naquele momento.
O apóstolo teria agora o privilégio de levar o nome de Jesus diante da mais digníssima assembleia que ele já tinha abordado. Reis judeus, governadores romanos, oficiais militares e comandantes da Cesareia se reuniram "com grande pompa" para ouvir o prisioneiro dar conta de si mesmo a Agripa. Não era uma audiência qualquer, e está perfeitamente claro que eles não consideravam o prisioneiro como uma pessoa qualquer. Festo, tendo reconhecido a dificuldade na qual se encontrava, remeteu a questão ao melhor conhecimento do rei judeu. Agripa cortesmente deu sinal a Paulo, permitindo que falasse. Chegamos agora a um dos momentos mais interessantes em toda a história de nosso apóstolo.
A dignidade de seus modos perante seus juízes, embora preso por correntes a um soldado, deve ter impressionado profundamente sua audiência. A profundidade de sua humilhação apenas manifestava mais acentuadamente a elevação moral de sua alma. Ele não pensava nem em suas correntes nem em sua pessoa. Perfeitamente feliz em Cristo, e ardente de amor por aqueles ao seu redor, o bem-estar e as circunstâncias foram completamente esquecidas. Com uma digna consideração para com a posição daqueles ao seu redor, levantou-se, na honesta declaração de uma boa consciência, infinitamente acima de todos. Ele se dirigiu à consciência de sua audiência, com a ousadia e retidão de um homem acostumado a andar com Deus, e de agir por Ele. O caráter e conduta dos governadores são lançadas em doloroso contraste com o caráter e conduta do apóstolo, e nos mostra o que o mundo é quando desmascarado pelo Espírito Santo.
Certo autor escreveu: "Não mencionarei a vaidade mundana que se revela em Lísias e Festo por meio da conjectura de toda classe de boas qualidades e boa conduta - mistura de uma consciência tocada e falta de princípios nos líderes - e do desejo de agradar os judeus pela sua própria importância, ou de facilitar seu governo sobre um povo rebelde. A posição de Agripa e todos os detalhes da história têm o extraordinário cunho da verdade, cujos vários personagens são apresentados de maneira tão vívida que parece que estamos presenciando a cena aqui descrita, e vendo as pessoas se movendo nela. Além do mais, essa é uma característica marcante dos escritos de Lucas”.
Capítulo 26. Paulo se dirige ao rei Agripa como alguém bem versado nos costumes e questões que prevalecem entre os judeus. E assim ele relata sua miraculosa conversão e sua subsequente carreira de modo a agir na consciência do rei. Pela clara e direta narrativa do apóstolo, ele não estava longe de ser convencido. Sua consciência foi despertada. Mas o mundo e suas próprias paixões estavam no caminho. Festo ridicularizou. Para ele não passava de um entusiasmo extravagante - um delírio. Ele interrompeu o apóstolo abruptamente e "disse em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar." (Atos 26:24). A resposta do apóstolo foi digna e segura de si, mas intensamente séria e, com grande sabedoria e discernimento, ele apela por fim a Agripa: "Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um são juízo. Porque o rei, diante de quem também falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto." (Atos 26:25,26)
Então, voltando-se ao rei judeu, que se sentava ao lado de Festo, ele fez este direto e solene apelo:
"Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês." (Atos 26:27)
"E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!" (Atos 26:28)
No momento, o rei foi levado pelo poder do discurso de Paulo, e pela afiada picada de seus apelos. Então Paulo deu sua resposta - uma resposta que se sobressai. É caracterizada pelo zelo piedoso, pela cortesia cristã, pelo ardente amor pelas almas, e por grande alegria pessoal no Senhor:
"E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias." (Atos 26:29)
Com a expressão deste nobre desejo, a conferência foi encerrada. A reunião foi dissolvida. Agripa não queria ouvir mais. Os apelos tinham sido tão penetrantes e tão pessoais, ainda que misturados com dignidade, afeição e solicitude, que ele não aguentou mais. Então "levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles estavam assentados." (Atos 26:30). Após uma breve consulta, Festo, Agripa e sua companhia chegaram à conclusão de que Paulo não era culpado de nada digno de morte ou mesmo prisão. "Bem podia soltar-se este homem", disse Agripa, "se não houvera apelado para César." (Atos 26:32)
Este era o cuidado do Senhor para com Seu amado servo. Ele teria sua inocência provada e reconhecida por seus juízes, e plenamente estabelecida perante o mundo. Sendo isto cumprido, o rei e sua companhia retomam seus lugares no mundo e seus divertimentos, e Paulo retorna à sua prisão. Mas nunca seu coração esteve mais feliz ou mais cheio do Espírito de Seu Mestre do que naquele momento.
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