Pouco tempo depois, como aprendemos em Gálatas 2, Pedro faz uma visita à Antioquia. Mas apesar da decisão dos apóstolos e da igreja em Jerusalém, uma característica fraqueza de Pedro o trai em um ato de dissimulação. Uma coisa é resolver uma questão na teoria, e outra é realizá-la na prática. Pedro tinha, realmente, declarado na assembleia que o evangelho que Paulo pregava, pela revelação dada a ele, não era nada menos do que uma bênção tanto para o judeu quanto para o gentio. E, enquanto sozinho na Antioquia, ele agiu nesse princípio, andando na liberdade da verdade celestial e comendo com os gentios. Mas quando alguns cristãos judeus vieram da parte de Tiago, ele não mais se atreveu a usar de tal liberdade. "Se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação." (Gálatas 2:12-13). "Que coisa mais pobre que é o homem!", exclamou alguém. "Somos fracos em relação à nossa importância diante dos homens. Quando não somos nada, podemos fazer tudo, desde que esteja de acordo com a aceitação dos outros... Paulo, energético e fiel, pela graça, permanece sozinho de pé, e repreende Pedro diante de todos."
A partir de então, no ano 49 ou 50 d.C., seu nome não aparece novamente no livro de Atos dos Apóstolos, e não temos certeza da esfera de seu trabalho. No entanto, ele se dirige aos cristãos hebreus em sua primeira carta da seguinte maneira: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Disso podemos concluir que ele trabalhou nesses países. Sua segunda Epístola data de muito tempo depois, e deve ter sido escrita pouco tempo antes de sua morte. Aprendemos isso com o que ele diz no primeiro capítulo: “Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado” (v.14; ver também João 21:18-19).
A data exata da visita de Pedro a Roma tem sido assunto de grande controvérsia entre escritores católicos e protestantes em todas as eras. Mas pode ser considerado um ponto resolvido o fato de ele não ter visitado tal cidade até uma data bem próxima do fim de sua vida. A data de seu martírio é também incerta. Muito provavelmente aconteceu em 67 ou 68 d.C., com mais ou menos setenta anos de idade. O incêndio de Roma causado por Nero é datado por Tácito por volta do mês de julho de 64. A perseguição contra os cristãos eclodiu logo depois, e foi sob tal perseguição que nosso apóstolo foi honrado com a coroa do martírio.
Crucifixion of St. Peter, 1604-1605 - Guido Reni |
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