domingo, 20 de novembro de 2016

A Primeira Colocação dos Alicerces da Cruz na Britânia

À muito tempo, nos primeiros dias da simplicidade apostólica, a cruz de Cristo, cremos, foi plantada nessa ilha. Há evidência histórica para acreditar que "Cláudia", mencionada por Paulo em sua Segunda Epístola a Timóteo, foi a filha de um rei britânico, que se casou com um distinto romano chamado "Prudente". Esta circunstância não parecerá improvável se tivermos em mente que, durante todo o período do domínio romano nesse país, devem ter havido muitas oportunidades para a disseminação do cristianismo, as quais seriam prontamente abraçados por aqueles que amavam o Senhor Jesus e as almas dos homens. Além disso, era o costume da época para os reis e nobres britânicos enviar seus filhos para Roma para educação; e esta prática, conta-se, prevaleceu a tal ponto que uma mansão foi estabelecida expressamente para eles, e um imposto de um centavo era cobrado de cada casa na Inglaterra para apoiá-la.*

{* Para detalhes, veja Vida de Paulo, de Conybeare e Howson; e Monasticismo Inglês, de Travers Hill.}

Outra testemunha para o precoce estabelecimento do cristianismo nesse país é o testemunho dos "Pais". Justino Mártir, Irineu e Tertuliano, que escreveram no século II, afirmam que, em cada país conhecido aos romanos havia pessoas que professavam o cristianismo -- desde aqueles que andavam em carroças até os que não tinham nem um lar para viver, não havia raça de homens dentre os quais não houvessem orações oferecidas no nome de um Jesus crucificado. Temos também o testemunho dos últimos "Pais". A corrente histórica parece ser carregada pela menção de bispos britânicos tendo participado de vários dos concílios gerais no século IV; e sua ortodoxia no decorrer da controvérsia ariana foi atestava pelo peso das evidências de Atanásio e Hilário. É também digno de nota que Constantino -- que tinha passado algum tempo com seu pai na Britânia -- ao escrever às igrejas do império sobre a disputa concernente à Páscoa, citou a igreja britânica como um exemplo de ortodoxia. A heresia pelagiana, conta-se, foi introduzida na Britânia por alguém chamado Agrícola no ano 429, onde encontrou muita aceitação; mas em uma conferência em Saint Albans os mestres hereges foram derrotados pelo clero ortodoxo.*

{* J. C. Robertson, vol. 1, p. 450.}

O Zelo Missionário de Gregório

Apesar do abatimento da igreja e de todas as classes da sociedade através das invasões dos bárbaros, o bendito Senhor zelava pela disseminação do evangelho em outros países. E certamente foi pela Sua misericórdia que as hostes de invasores que se espalharam pelas províncias do império foram logo convertidos ao cristianismo. Eles podem ter tido muito pouco entendimento sobre sua nova religião, mas isto abrandou muito sua ferocidade e mitigou os sofrimentos dos conquistados. Gregório era muito zeloso em seus esforços de estender o conhecimento do evangelho e trazer as nações bárbaras à fé católica. Mas seu plano favorito, e o que tinha estado a muito tempo em seu coração, era a evangelização dos anglo-saxões.

A bela história  do incidente que primeiramente dirigiu a mente de Gregório à conversão da Britânia é prazerosa demais para não merecer um espaço em nosso texto. Nos primeiros dias de sua vida monástica, pelo menos antes de sua elevação ao papado, certo dia chamou-lhe a atenção alguns meninos bonitos de cabelos claros expostos à venda no mercado. Conta-se que ocorreu a seguinte conversa neste lugar. Ele perguntou de que país eles vinham. "Da ilha da Britânia", foi a resposta. "Os habitantes dessa ilha são cristãos ou pagãos?" "Eles ainda são pagãos". "Que infelicidade", disse ele, "que o príncipe das trevas possua gente de tamanha graça! Que tal beleza de rosto possa desejar aquela melhor beleza da alma". Ele então perguntou por qual nome eram chamados. "Anglos", foi a resposta. Brincando com as palavras, ele disse: "Verdadeiramente eles são Anjos! De que província?" "Da província de Deira, na Nortúmbria". "Certamente eles devem ser resgatados 'de ira' -- da ira de Deus, e chamados à misericórdia de Cristo. Qual o nome do rei deles?" "Ella", foi a resposta. "Sim", disse Gregório, "Aleluias devem ser cantadas nos domínios desse rei."

"Ser o primeiro missionário desse belo povo", diz Milman, "e conquistar a ilha remota e bárbara, como um César cristão, para o reino de Cristo, tornou-se a santa ambição de Gregório. Ele conseguiu com muito esforço o consentimento do Papa, e tinha já partido e viajado por três dias, quando foi abordado por mensageiros enviados para chamá-lo de volta. Toda a Roma tinha se levantado em piedoso motim e compeliu o Papa a revogar sua permissão"*. Mas embora ele tenha sido assim prevenido de executar sua missão em pessoa, ele nunca perdeu de vista seu nobre objetivo. A partir desse momento ele não foi mais permitido a retornar ao seu monastério. Ele foi forçado a embarcar em assuntos públicos, primeiro como um diácono, e mais tarde como supremo pontífice. Mas tudo isso era uma dignidade compulsória para Gregório. Seu coração estava voltado para a salvação dos jovens de cabelo claro da Inglaterra e preferiria mil vezes ter embarcado em viagem à nossa ilha {*N. do T.: o autor do livro vivia na Inglaterra}, com todas as suas dificuldades e perigos desconhecidos, do que ser coroado com as honras do papado. Mas tal era o caráter de sua mente, que ele perseguia com incansável atenção e devoção qualquer plano de piedade que tivesse planejado anteriormente. Daí aconteceu que, após ter sido elevado à cadeira papal, foi-lhe permitido promover e enviar um grupo de quarenta missionários para as margens da Britânia. Mas antes de falarmos sobre o caráter e resultados dessa missão, será interessante olhar brevemente para a história da igreja nas Ilhas Britânicas desde o início.

{* Cristianismo Latino, vol. 1, p. 434}

A Posição Eclesiástica e Secular de Gregório

O cuidado pastoral da igreja era evidentemente o principal objetivo e deleite do coração de Gregório. Ele acreditava que esta era sua obra, e com prazer teria se dedicado inteiramente a isto; pois, de acordo com a credulidade supersticiosa da época, ele tinha a mais profunda convicção de que o cuidado e governo de toda a igreja pertencia a ele como sucessor de São Pedro; e também, que ele era obrigado a defender a dignidade especial da Sé de Roma. Mas ele foi compelido, a partir do perturbado estado da Itália, e pela segurança de seu povo -- seu querido rebanho -- a empreender muitos tipos de negócios incômodos, totalmente estranhos ao seu chamado espiritual. Os invasores lombardos* eram, naquela época, o terror dos italianos. Os godos tinham sido, em grande medida, civilizados e romanizados. Mas esses novos invasores eram bárbaros sem remorso e impiedosos; embora, por mais estranho que seja dizê-lo, eles eram os autodeclarados campeões do arianismo. E o poder imperial, em vez de proteger seus súditos italianos, agiu apenas como um obstáculo para que eles se defendessem. Guerra, fome e pestilência tinham dizimado e despopulado tanto o país, que todos os corações falhavam, e todos se voltavam ao bispo como o único homem para a emergência desses tempos, de tão firme que era a opinião sobre sua integridade e capacidade entre os homens.

{* Os lombardos foram uma tribo germânica de Brandenburg. De acordo com a crença popular, eles tinham sido convidados à Itália por Justiniano para lutar contra os godos. O chefe deles, Alboin, estabeleceu um reino que durou de 568 a 774. O último rei, Desidério, foi destronado por Carlos Magno. Como os encontraremos novamente em conexão com nossa história, apenas tomamos esta breve nota sobre sua origem. -- Dicionário de Datas, de Haydn.}

Assim vemos que o poder secular, em primeira instância, foi imposto ao Papa. Não parece que ele buscava essa posição -- uma posição tão ansiosamente procurada por muitos de seus sucessores; mas vemos que ele entrou com relutância em deveres tão pouco de acordo com o grande objetivo de sua vida. Ele involuntariamente deixou para trás a vida quieta e contemplativa de monge, e entrou em assuntos do estado como um dever a Deus e a seu país. A direção dos interesses políticos de Roma recai sobretudo sobre Gregório. Ele foi guardião da cidade e o protetor da população da Itália contra os lombardas. Toda a história presta testemunho à sua grande capacidade, sua incessante atividade, e a multiplicidade de suas ocupações como o virtual soberano de Roma.

No entanto, por mais inconsciente que Gregório tenha sido quanto aos efeitos de sua grande reputação, ele contribuiu muito para a dominação eclesiástica e secular de Roma. A preeminência em seu caso, por mais triste que fosse para um cristão, era desinteressada e exercida de modo benéfico; mas não foi assim com seus sucessores. A infalibilidade do Papa, a tirania espiritual, a perseguição aos de diferentes opiniões, a idolatria, a doutrina do mérito das obras, o purgatório e as missas pelas almas dos mortos, coisas que se tornaram marcas registradas do papado, ainda não haviam se estabelecido totalmente em Roma; mas, podemos dizer, estavam todas à vista.

Não devemos, no entanto, prosseguir com esse assunto no momento; voltemos a um assunto mais interessante e mais agradável a nossas mentes.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Caridade Fervente de Gregório

O caráter de Gregório se distinguia pelo fervor de seus atos de caridade. Embora elevado ao trono papal, ele viveu em um estilo simples e monástico. Seu palácio era cercado pelos pobres sofredores, como tinha sido seu monastério, e o alívio era distribuído com uma mão liberal. Não contente em apenas exercitar sua caridade sozinho, ele poderosamente exortava seus irmãos episcopais a abundarem na mesma. "Que o bispo não pense", diz ele, "que apenas a leitura e pregação são suficientes, ou apenas estudiosamente manter-se em retiro, enquanto a mão que enriquece permanece fechada. Mas que sua mão seja generosa; que faça avanços em direção àqueles que estão em necessidade; que considere as necessidades dos outros como se fossem de si próprio; pois sem essas qualidades o nome do bispo é um título vão e vazio".

A riqueza da Sé romana permitiu-lhe exercitar extensas caridades. Como administrador dos fundos papais, Gregório tem a reputação de ser justo, humano e muito laborioso. Mas seu biógrafos são tão volumosos em seus relatos sobre suas boas obras que chega a ser difícil tentar um breve esboço. No entanto, como podemos estimá-lo como um crente em Cristo, apesar da falsa posição em que estava e sua consequente cegueira quanto ao verdadeiro caráter da igreja, nos deleitamos em demorar um pouco mais em sua memória, e também traçar a linha prateada da graça de Deus apesar da ímpia mistura das coisas seculares e sagradas.

Na primeira segunda-feira de cada mês ele distribuía grandes quantidades de provisões a todas as classes. Os doentes e enfermos eram superintendidos por pessoas designadas para inspecionar todas as ruas. Antes de sentar-se à sua própria refeição, uma porção era separada e enviada aos famintos à sua porta. Os nomes, idades e moradias daqueles que recebiam o alívio papal encheram um grande volume. Tão severa era a caridade de Gregório que, certo dia, ao ouvir sobre a morte de um homem pobre pela fome, condenou-se a si mesmo a uma dura penitência pela culpa de negligência como administrador da divina graça. Mas sua ativa benevolência não se limitava à cidade de Roma; era algo quase mundial. Ele entrava em todas as questões que afetavam o bem-estar de todas as classes, e prescrevia minuciosas regulamentações para todas, para que os pobres não fossem expostos à opressão dos ricos, ou os fracos fossem oprimidos pelos fortes. Mas isto ficará mais evidente quando tomarmos nota  da posição eclesiástica e temporal de Gregório.

domingo, 13 de novembro de 2016

Gregório I, Apelidado de "o Grande" (590 d.C.)

Chegamos agora ao final do sexto século do cristianismo. Neste ponto encerra-se a história do período inicial da igreja, e começa a do período medieval. O pontificado de Gregório pode ser considerado como a linha que separa os dois períodos. Uma grande mudança acontece. As igrejas orientais declinam e recebem pouca atenção, enquanto as igrejas do Ocidente, especialmente a de Roma, atraem amplamente a atenção do historiador. E como Gregório pode ser considerado o homem representativo desse período transicional, nos esforçaremos para colocá-lo de forma justa perante o leitor.

Gregório nasceu em Roma por volta do ano 540, sua família sendo de classe senatorial, e ele próprio sendo o bisneto de um papa chamado Félix, de modo que, em sua descendência, ele herdou tanto a dignidade civil quanto a eclesiástica. Pela morte de seu pai ele se tornou possuidor de grande riqueza, que ele imediatamente dedicou a usos religiosos. Ele fundou e manteve sete monastérios: seis na Sicília, e a outra, que era dedicada a Santo André, na mansão de sua família em Roma. Ele liquidou em dinheiro suas roupas e joias caras e seus móveis e distribuiu aos pobres. Quando tinha cerca de 35 anos ele deixou de lado seus compromissos civis, assumiu sua residência no monastério romano e começou uma vida estritamente ascética. Embora fosse seu próprio convento, ele começou com os mais baixos deveres monásticos. Todo seu tempo era gasto em oração, lendo, escrevendo, e fazendo os mais abnegados exercícios. A fama de sua abstinência e caridade se espalhou por toda a parte. Com o decorrer do tempo ele se tornou abade de seu monastério; e, com a morte do papa Pelágio, ele foi escolhido pelo senado, clero e povo para preencher a cadeira vazia. Ele se recusou, e esforçou-se por vários meios a escapar das honras e dificuldades do papado. Mas ele foi forçadamente ordenado, pelo amor do povo, como bispo supremo.

Tirado da quietude de um claustro e de suas pacíficas meditações ali, Gregório via-se então envolvido no gerenciamento dos mais variados e desconcertantes assuntos tanto da igreja como do Estado. Mas ele estava evidentemente preparado para o grande e árduo trabalho que tinha diante de si. Vamos tomar nota, primeiramente, da fervente caridade de Gregório. 

O Imperador Justiniano

O nome de Justiniano é tão famoso na história, e tão conectado à legislação tanto civil quanto eclesiástica, que seria injusto para com nossos leitores passar por ele sem tomar uma nota, mesmo que ele não esteja imediatamente relacionado à igreja latina. Ele pertencia ao Oriente, e assim dificultava a ascensão do Ocidente.

No ano 527 Justiniano ascendeu ao trono de Constantinopla e o ocupou por quase quarenta anos. Ele delegou os assuntos políticos e militares do império a seus ministros e generais, e devotou seu tempo às coisas que ele pensava serem mais importantes. Ele gastou muito de seu tempo em estudos teológicos e na regulação dos assuntos religiosos de seus súditos, tais como prescrever o que os sacerdotes e o povo devia crer e praticar. Ele gostava de se misturar em controvérsias e de agir como legislador em assuntos religiosos. Sua própria fé -- ou melhor, sua servil superstição -- distinguia-se pela mais rígida ortodoxia, e uma grande porção de seu longo reinado foi gasto na extinção de heresias. Mas isto levou a muitos casos de perseguição, tanto públicas como privadas.

Nesse meio tempo Justiniano viu um novo campo se abrindo para suas energias em outra direção, e imediatamente voltou sua atenção a isto. Após a morte de Teodorico, o Grande, em 526, os assuntos da Itália caíram em uma condição muito confusa, e os novos conquistadores estavam longe de permanecerem firmemente assentados em seus tronos. Despertando a hostilidade dos romanos contra os bárbaros, o exército imperial tornou-se unido e determinado; e, conduzidos pelos capazes generais Belisário e Narses, as conquistas da Itália e África foram alcançadas em um espaço muito curto de tempo. Diante da visão das bem conhecidas águias, os soldados dos bárbaros se recusaram a lutar, e as nações lançaram fora a supremacia dos ostrogodos. Os generais imperiais buscaram então uma guerra de extermínio. Conta-se que durante o reinado de Justiniano a África perdeu cinco milhões de habitantes. O arianismo foi extinto naquela região, e na Itália supõe-se que o número dos que pereceram pela guerra, fome, ou por outros motivos, tenha excedido sua população atual {* N. do T.: Este livro foi escrito no Século XIX}. Os sofrimentos desses países, durante as revoluções desse período, foram maiores do que tinham suportado em qualquer outro, seja em tempos anteriores ou posteriores, de modo que tanto os eventos seculares do reinado de Justiniano quanto seus próprios esforços legislativos tiveram uma influência importante, porém muito infeliz, na história do cristianismo.

Após erigir a igreja* de Santa Sofia, e outras vinte e cinco outras igrejas* em Constantinopla, e após publicar um novo édito  de seu código, ele morreu em 565 d.C.**

{* N. do T.: Aqui provavelmente no sentido de construção religiosa, ou templo, e não no sentido bíblico de "igreja".}

{** Milman, vol. 1, p. 350; J. C. Robertson, vol. 1, p. 473; Milner, vol. 2, p. 336.}


Passemos então ao terceiro grande fundador do edifício papal.

domingo, 6 de novembro de 2016

Leão I, Apelidado de "O Grande"

Podemos prosseguir, sem interrupção, do nome de Inocêncio para o de Leão, que ascendeu à cadeira de São Pedro no ano 440, e a ocupou por 21 anos. Ele era notável por suas habilidades políticas, erudição teológica e grande energia eclesiástica. Ele sustentava, com a arrogância de romano e com o zelo de clérigo, que todas as pretensões e todas as práticas em sua igreja eram questões para a contínua sucessão apostólica. Contudo, parece que ele era firme na fé quanto à salvação, e zelosamente oposto a todos os hereges. As igrejas orientais tinham perdido o respeito da Cristandade pelas suas longas e vergonhosas controvérsias. Poder, e não sutilezas, era a ambição de Roma. Leão condenou toda a raça de hereges, desde Ário a Eutiques; mas mais especialmente a heresia maniqueísta.

Por seus grandes esforços e extraordinário gênio ele levantou as reivindicações do bispo romano como sendo o representante de São Pedro a uma altura nunca antes vista. "O apóstolo", diz ele, "foi chamado Petra, a pedra, por cuja denominação ele é constituído o fundamento... Em sua cadeira habita a sempre viva, a super-abundante, autoridade. Que os irmãos, portanto, reconheçam que ele é o primaz de todos os bispos, e que Cristo, que não nega a ninguém seus dons, ainda assim não os concede a ninguém exceto por meio dele."*

{* Cathedra Petri, de Greenword, vol. 1, p. 348.} 

Tomando devida consideração pelo caráter dos tempos e pelas opiniões oficiais e inerentes, cremos que Leão era sincero em suas convicções, e provavelmente um cristão. De coração ele cuidava do povo de Deus, e mais de uma vez, por suas orações e sagacidade política, salvou Roma dos bárbaros. Quando Átila, o mais terrível dos conquistadores estrangeiros, com suas incontáveis hostes, pairava sobre a Itália, pronto para cair sobre a indefesa capital, Leão foi adiante o "Destruidor" no nome do Senhor, e como o chefe espiritual de Roma, e tão fervorosamente orou por seu povo que as paixões selvagens do huno se acalmaram e, para espanto de todos, ele concordou com os termos pelos quais a cidade foi salva do caos e abate. Mas o principal objetivo da vida de Leão, e a que ele cumpriu plenamente, foi estabelecer as bases da grande monarquia espiritual de Roma. Durante seu pontificado ele foi o nome mais conhecido no império, se não em toda a Cristandade. Ele morreu no ano 461.

Postagens populares